Hoje (dia 15/10/2014) é o dia que a Associção Projecto Artémis escolheu para relembrar e sensibilizar para a problemática da Perda Gestacional e tudo o que isso acarreta.
Aproveito para pedir-vos que assinem a petição que a mesma associação criou para que este dia passe oficialmente a "Dia Nacional para a Sensibilização da Perda Gestacional" aqui - http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT74997
Mas tão o mais importante, trago-vos a primeira carta que recebi de uma mãe que perdeu a sua bebé. No caso, trago-vos a história da Alice:
"Carta à Alice
Hoje farias 3 meses...
... não sei se estás no Céu, porque infelizmente tenho dificuldade em acreditar que ele existe..
...mas aninhada na Terra que eu pisei hoje, estás com certeza, porque foi lá que te deixei e é lá que te visito.
A dor tem crescido, ao contrário do que todos me dizem, não me sinto
apaziguada, sinto-me sufocada. Quando no escuro permaneço, ouço o meu
coraçao a gritar a falta que me fazes e a dor é indescritível.
Sim, é verdade que estás na minha vida, no meu coração e na minha memória mas há dias que isso não chega! Há dias que o que sobrou não chega!
Todos os dias tento ser honesta comigo própria e aceitar que te perdi,
que não consigo controlar tudo. A imprevisibilidade tambem acontece no
Nascer e contra tudo o que é natural, é possível morrer e nascer.
Contigo partiram tambem alguns dos motivos para ser feliz...sou menos
feliz? Sou! Consigo viver com isso? Consigo! Mas é muito difícil!!! É
tão difícil!!!!!!! Esta vida sem a Alice é menos feliz, há um vazio
impreenchível, os sorrisos são fugazes e não anulam a tristeza de ter
visto partir o ser humano que mais amei.
Se estiveres em mais algum
sítio, que não seja a Terra que te acolheu, quero que saibas que és e
sempre serás a minha filha Alice."
Obrigado pelo mail Patrícia.
Tenho a certeza que a Alice está muito orgulhosa da mãe que escolheu.
Beijos e abraços,
AR
PS: Se alguém quiser escrever (mesmo que não deseje que a história seja publicada) escrevam para andre.silva.rodrigues[at]gmail.com
Deixo-vos o meu abraço apertado e cheio de carinho. Tenho fé que onde elas estiverem, a Alice, a Leonor e a minha Jú devem estar bem e felizes e esta fé alivia um pouco a minha dor... mas tem dias que é dificil acreditar em alguma coisa. Abraço-vos!
ResponderEliminarFaço minhas as palavras de Cristina Silva... às vezes é muito difícil!
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